segunda-feira, 24 de junho de 2013

Estranhos que se completam


Era uma noite calma e um tanto fria. Ainda pairava na lembrança dos dois a loucura que ele havia feito naquela tarde. Uma loucura boa. Ele chegara, descalço, para a atendente de uma das lanchonetes do shopping e começara:
- Que dia é hoje? - ele perguntou, eufórico.
- Quarta-feira. - Respondeu a atendente. Não lembro bem se era mesmo quarta-feira, mas sei que era um dia no meio da semana.
- Qual a data de hoje? - perguntou ele, fingindo ansiedade e nervosismo.
Desconfiada, a atendente respondeu:
- xx de Junho.
- De que ano?
- 2012.
Ele deu um bulo e levantou os braços:
- DEU CERTO!!!
E saiu correndo, feliz. Não sei exatamente qual foi a expressão da atendente, uma vez que eu olhava de longe e, depois do desfecho, saí correndo também, para não ser vista. Imagino que ela tenha ficado lá, parada, se perguntando o que acabara de acontecer - ou talvez somente imaginando de qual manicômio aquele jovem havia fugido.
Ele novamente se encontrou comigo e mais dois de nossos amigos. Estávamos todos rindo daquela enorme e divertida besteira.
Naquele mesmo dia, à noite, enquanto conversávamos, ele disse:
- A minha futura namorada vai ter que rir dessas minhas besteiras.
Se foi uma indireta? A pouco tempo atrás, eu o perguntei sobre isso e ele disse que sim.
E a prova disso é que, pouco mais de um mês após o ocorrido, iniciamos, juntos, a nossa jornada como estranhos namorados.

Esse é um relato real.

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