quarta-feira, 31 de julho de 2013

Confortavelmente presos


Anoitece na cidade. As pessoas já voltaram de suas obrigações, e cada uma delas está agora dentro de seu mundo pessoal. Há melancolia nas ruas, não é possível ver ninguém. Um viajante passa e o que ele vê é solidão. Tantas pessoas, tantas casas, todas jaulas. Não é possível sair - não se quiser preservar a segurança. Não é possível ser livre, pois a liberdade imprudente traz sérias consequências. Só é possível permanecer, continuar sempre cada um em seu mundinho. E aqueles que decidem se aventurar além de seus portões correm o risco de sofrer da mesma forma que sofreu o pobre viajante.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ventos de tristeza


Há algo em você que não me permite ficar chateada por muito tempo. Talvez seja a sua voz, ou então o seu cheiro guardado em minha memória, mas se você faz algo que me entristece, isso não dura muito tempo. Você é bem consciente sobre o assunto e logo pede perdão, e eu sinto a sua sinceridade. O que mais posso fazer? Só consigo perdoar e permitir que a tristeza vá embora. E nenhuma dessas falhas me faz te amar menos.

domingo, 28 de julho de 2013

[Arte: desenho] Charmander

Uma verdade sobre mim - que acredito que muita gente tem em comum - é que sou mais criativa durante a noite, mais precisamente durante a madrugada, quando estamos somente eu e o silêncio. Por causa disso as fotos abaixo estão um pouco escuras. Eu não quis colocar efeitos de clareamento pra não modificar significativamente o desenho em si.
A imagem utilizada como base foi a seguinte: 


O desenho foi feito em uma lousa comum, daquelas de estudar em casa. Virei-a na vertical para aproveitar melhor o espaço, e utilizei lápis comuns de lousa (eu só tinha à disposição, entretanto, as cores vermelha e azul).



Apesar de ter dado um certo trabalho, é um desenho simples. Preciso praticar muito mais. Assim, quem sabe, eu não consigo evoluir meu desenho para um charizard, hehe
Comentem! Críticas construtivas são bem vindas :)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Confusão


É frustrante quando percebemos que não estamos fazendo o que gostamos, mas mesmo assim, não sabemos o que queremos. É frustrante perceber quanto tempo está sendo gasto em algo que não me faz feliz, mas, ainda assim, não poder me livrar de tudo isso pelo simples fato de não ter algo para substituir. Esse caos me tira do sério e entristece de tal forma que fico desejando voltar no tempo. Fico pensando "se isso", "se aquilo", o que não adianta nada, e sei que não é o certo, pois muita coisa boa veio a partir do início da confusão. Eu só queria um sinal, algum lapso ou epifania que me fizesse perceber o que eu realmente quero, o que me deixaria feliz.

terça-feira, 23 de julho de 2013

[Filme] Ele não está tão a fim de você


"Gigi (Ginnifer Goodwin) é uma romântica incurável, que um dia resolve sair com Conor (Kevin Connolly). Ela espera que ele ligue no dia seguinte, o que não acontece. Gigi resolve ir até o bar onde se conheceram, na esperança de reencontrá-lo. Lá ela conhece Alex (Justin Long), amigo de Conor. Ele tem uma visão bastante realista sobre os relacionamentos amorosos e tenta apresentá-la a Gigi, através de seu ponto de vista masculino. Por sua vez Conor é apaixonado por Anna (Scalett Johansson), uma cantora que o trata apenas como amigo e que se interessa por Ben (Bradley Cooper), casado com Janine (Jennifer Connelly). O casamento deles está em crise, o que não impede que Janine dê conselhos amorosos a Gigi, com quem trabalha. Outra colega de serviço é Beth (Jennifer Aniston), que namora Neil (Ben Affleck) há 7 anos e sonha em um dia se casar, apesar dele ser contrário à idéia." - Sinopse por: AdoroCinema

À princípio, pensei em não assistir esse filme. O nome me pareceu estranho, além de me fazer lembrar das típicas comédias românticas que estamos tão cansados - alguns, nem tanto - de assistir. Até que, num dia de tédio extremo, resolvi dar uma chance e parei para assistir. E então? Percebi que eu estava errada. Não completamente, mas em grande parte.


Ele não está tão a fim de você é, sim, uma comédia romântica um tanto clichê. Mas o diferencial é que, pelo menos ao meu ver, não se apoia nisso. Tanto é que a trama principal gira em torno de conselhos realistas sobre relacionamentos. Gigi é a típica boba que acredita nas próprias ilusões, e Alex derruba isso aos poucos. Beth é uma mulher que não aguenta mais a pressão da modernidade, que tanto defende o não-casamento. Mary (a personagem de Drew Barrymore, que não consta na sinopse) não recebe muito foco durante todo o filme (até porque Barrymore fez parte da produção executiva), mas dá para perceber que ela representa as mulheres que esperam conhecer um bom homem pela internet. Janine, a única já casada, passa por problemas devido ao seu casamento ter esfriado. Contanto, se tem uma personagem com a qual não simpatizei foi Anna. Não concordo nem um pouco com o senso de amor que ela tem, que a faz simplesmente achar correto destruir um casamento por uma paixão. E, é claro, não considero somente ela a errada, como também Ben, o marido de Janine.


Em geral, é um bom filme, do tipo que gosto de assistir para passar o tempo. Não sei se quem já assistiu concorda comigo, mas costumo chamar Ele não está tão a fim de você de "O (500) Days of Summer" feminino.
A trilha sonora não é marcante, mas é boa. Em alguns momentos, na boate de Alex, toca Red Hot Chilli Peppers, cujo estilo me agrada. Os "depoimentos" mostrados ao longo da história também são muito bons, pois são mais uma forma de interagir com quem assiste. O roteiro também é bom, e a história se desenrola de forma agradável. Enfim, é um bom filme, apesar dos defeitos que comentei.

Abaixo, deixo o trailer pra vocês:


Se você já assistiu, deixe seu comentário. Quem sabe ele serve de incentivo aos que ainda não assistiram :)
Se esse não for o seu caso, bem... Recomendo! Se tiver alguma outra sugestão de filme, sinta-se livre pra deixar nos comentários.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Vintage virtual


Eu sinto falta dos blogs antigos. Não que não existam bons blogs hoje em dia, mas a maioria esmagadora de blogueiros que vejo atualmente na blogosfera são pessoas tentando, de alguma forma, ganhar dinheiro e fama com isso. São pessoas que não dão a mínima para o conteúdo do blog, contanto que seja lucrativo. Vejo blogs com praticamente os mesmos assuntos, os mesmos posts e os mesmos perfis. São coisas repetitivas e cansativas, e, sou sincera em dizer, extremamente inúteis. E ainda há aqueles blogueiros que não se dão nem ao trabalho de fazer pesquisas profundas sobre os assuntos dos seus posts, simplesmente copiam qualquer coisa e jogam num mesmo texto.
Eu sinto falta dos blogs simples, nos quais seus autores se preocupavam somente em ser sinceros consigo mesmos. Sinto falta dos lindos textos, dos poemas, das fotos espontâneas. Estou farta de blogueiros que fazem resenhas de livros que nem sequer acharam grande coisa somente para tentar atrair o apoio de alguma editora. Estou farta de blogs comerciais, que nada mais fazem além de merchans em troca de patrocínio.
Eu sinto falta dos blogs que refletem o que seus autores realmente são. Quero sentir o que os blogueiros sentiram ao publicar um texto feito de coração.
Volta, mundo blogueiro.

sábado, 20 de julho de 2013

Sobre histórias não contadas (nem escritas)


São tantas as palavras perdidas no universo do esquecimento. Algumas de propósito, outras por desleixo, mais outras vencidas pelo sono. Tantas ideias, contos, romances e personagens, todos eles de volta em suas caixas, e estas então, dentro de suas gavetas. O pó aparece e encobre parte do material esquecido, mas ainda existente, mesmo que escondido. São muitos os confrontos e conspirações perdidos entre uma epifania e um bocejo, mas sim, eles existem. Assim como as músicas e poemas não escritos, mas que estão lá, somente esperando para serem compostos. Parafraseando um certo personagem - este sim, eternizado no papel - da literatura inglesa, está tudo na minha cabeça, mas isso não quer dizer que não exista.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Aquarela desbotada


Apesar do cansaço, hoje foi um bom dia. Consegui ser mais branda e admirei coisas simples, como o céu, as nuvens, a breve neblina da tarde e o arco da aliança que apareceu logo depois, num céu claro em contraste com um céu sombrio. As diversas cores me fizeram passar o tempo, e apesar da saudade, consegui me manter firme. Não foi um dia marcante, mas precisa ser? Se não aprendermos a viver bem os dias comuns, como então viveremos felizes uma vida repleta deles?

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Relação literária


Certa vez eu me dei conta de algo em mim, relacionado a livros. Percebi que possuo o momento certo para ler cada um dos muitos que me aparecem. Por melhor que a história seja, se não for para eu ler naquele momento, ela simplesmente parece entediante aos meus olhos. Percebi isso após ler um livro que, atualmente, faz parte dos meus favoritos. Precisei de duas ou três vezes frustradas, intercaladas por meses, para conseguir lê-lo de verdade. O enredo sempre foi lindo, marcante e incrível. Mas não era a hora certa. Até que chegou o dia perfeito para que ele fosse lido, e, diferentemente das outras vezes, eu o mastiquei em pouquíssimo tempo.
Sabemos que há tempo para tudo. Talvez não saibamos - ou não soubéssemos - que essa frase também se adequa aos nossos amigos de papel.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Somos copos


Talvez não seja uma filosofia digna de prêmios, mas é como nos vemos. Ambos somos como copos, e se são meio cheios ou meio vazios, isso depende. Como diz uma citação antiga - não lembro ou não sei de quem -, precisamos encontrar alguém que nos transborde. E é isso o que você faz comigo várias vezes. Há ocasiões em que você é mais cheio que eu, mas, em outras, a água do meu copo está no topo. Em outros casos, nos igualamos. Isso é bom. De alguma forma, nós nos completamos, e se juntarmos nossos copos para formar um só, ele estará sempre cheio.

[Livro] A Culpa é das Estrelas - John Green


"Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante - o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos -, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.

Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar."

Confesso duas coisas que me deixaram interessada por esse livro: a primeira é que a arte da capa me conquistou logo à primeira vista; em segundo lugar, essa mesma capa contém um comentário positivo de Markus Zusak, um dos meus autores preferidos.
Particularmente, não considero A Culpa é das Estrelas como o melhor livro que já li, mas definitivamente vale a pena ser lido. A afirmação de Zusak está completamente correta. No decorrer da história, há uma mistura de sentimentos e reações que nos prende às páginas de forma tal que, em pouco tempo, terminando de ler todo o livro.


A Culpa é das Estrelas narra o último capítulo da história de Hazel Grace, dezesseis anos, tireoide com metástase nos pulmões. No Grupo de Apoio que frequenta por causa de seus pais, a "única pessoa que se salva", segundo Hazel, é Izaac, que ainda assim não é bem seu amigo. Em uma das reuniões, Hazel Grace conhece Augustus Waters, amigo de Izaac e recém-sobrevivente de um osteosarcoma. Após uma primeira conversa baseada em Hazel dando um sermão em Augustus, os dois vão se aproximando, até que não conseguem mais se ver separados. Compartilhando livros e gostos, Hazel e Gus vão nos mostrando que nem sempre a vida das vítimas do câncer é, segundo eles, aquele clichê de "luta incansável e inspiradora".


O ponto alto do livro são as personagens bastante carismáticas, principalmente Augustus Waters, que está sempre de bem com a vida e ciente de seu alto padrão de beleza. A amizade entre Hazel, Gus e Izaac se mostra verdadeira, pura e cômica.
John Green soube balancear drama, comédia e romance muito bem, de forma que, mesmo aqueles que não gostam de um ou dois desses gêneros podem acabar sendo conquistados pela história.

Uma curiosidade sobre John Green: "Com o irmão, Hank, mantém o canal do YouTube 'Vlogbrothers', um dos projetos de vídeo on-line mais populares do mundo. Mora com a mulher e o filho em Indianópolis, Indiana."







Citação na contracapa:
"Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre o 0 e o 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros... Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter." - Hazel Grace

Espero que esse post consiga ser um bom incentivo para que aqueles que ainda não leram A Culpa é das Estrelas, leiam-no.  

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O seu sorriso


De onde vem a sua tristeza? A resposta é tão simples... São tantas, tantas fontes, que acabo me perguntando como posso te ajudar. A nossa distância não é tão grande, e de vez em quando posso te ver, mas eu preciso saber que o que está estampado em seu rosto é um sorriso, mesmo que escondido. Lindo, tão lindo é o seu sorriso! Eu poderia ficar olhando pra ele, sem interrupções, e não me cansar. Mas quando você se sente triste, eu sinto um aperto tão forte. De alguma forma, estamos conectados. É, sou bem ciente do quão clichê isso é, mas o que posso fazer? Que o mundo saia de sua órbita, contanto que você seja feliz.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Infitino


Não é narcisismo. Nem auto-proclamação ou carência de atenção. É só que eu gosto dos detalhes. Gosto da permanência presente na escrita. As palavras, por mais belas e profundas que sejam, se perdem no tempo e na memória. São varridas contra a nossa vontade. Sentimentos escritos, porém, ficam cravados, como as antigas inscrições em pedras. Com um bom cuidado, não há tempo que leve embora. E, além disso tudo, é possível refletir e perceber ainda mais a intensidade dos nossos sentimentos. Torna-se possível sentir novamente o que foi sentido no momento em que as palavras foram lidas pela primeira vez.